domingo, 11 de março de 2018

Vírus

Vírus 

       Os vírus (do latim virus, "veneno"), são seres submicroscópicos, patogênicos e parasíticos. Foram descobertos em 1892 pelo russo Dimitri Ivanovski, e até hoje não há consenso sobre serem considerados seres vivos ou não, devido às suas características que os diferem muito de outros seres vivos.
         Características dos Vírus 
  1. Acelulares: não são formados por células, portanto não possuem organelas membranosas ou núcleo, sendo incapazes de movimento ou crescimento;
  2. Ametabólicos: não possuem metabolismo próprio;
  3. Estrutura: os vírus apresentam material genético (que pode ser RNA, DNA ou ambos ao mesmo tempo) que é envolto por um capsídeo, feito de proteínas.
  4. Parasitas intracelulares obrigatórios: os vírus não conseguem se reproduzir sozinhos, necessitando infectar uma célula viva para isso;
  5. Patogênicos: os vírus causam doenças nas células e organismos infectados;
Estrutura dos Vírus
        A estrutura dos vírus é simples se comparada a de outros organismos, sendo formados por várias moléculas unidas que formam uma partícula viral (o vírion), constituída pelas seguintes partes:
  1. Ácido Nucleico: material genético do vírus (DNA, RNA ou ambos);
  2. Capsídeo: cápsula formada por monômeros proteicos que envolve e protege o genoma viral;
  3. Proteínas Específicas: glicolipídios N (neuraminidase) e H (hemaglutininina) localizados no exterior do capsídeo, com a função de ligar o vírus às células.
  4. Envelope: alguns vírus, quando saem da célula infectada, levam consigo parte de sua membrana plasmática, que forma um envelope protetor ao redor do vírus, que também facilita a entrada do vírus em outras células. 
        Veja abaixo esquemas simplificados da estrutura de vírus envelopados e não-envelopados:
 Imagem disponível em: http://segundocientista.blogspot.com.br/2013/02/caracteristicas-gerais-dos-virus.html 
         Morfologicamente, os vírus apresentam variados padrões estruturais, os mais comuns sendo isométricos (e entre esses, os icosaédricos) e helicoidais. Há ainda os vírus com estruturas mais complexas, como os bacteriófagos. Veja exemplos a seguir:
Vírus Icosaédricos













Vírus icosaédrico envelopado                                                             Vírus icosaédrico não-envelopado
Vírus Helicoidais
  
 
  















Vírus helicoidal envelopado                                                                 Vírus helicoidal não-envelopado
 Vírus Complexos
 




 
Bacteriófago, vírus complexo mais conhecido
Reprodução Viral 


  
        Os vírus, para se reproduzir, necessitam "invadir" uma célula viva, e se apossar de suas funções vitais, por isso são chamados parasitas intracelulares obrigatórios. Eles podem replicar-se de 2 maneiras, chamados 2 "ciclos": o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Veja mais sobre esses ciclos abaixo:
Ciclo Lítico
  1. A célula hospedeira reconhece o vírion, pelo envelope ou pelas proteínas específicas (N e H) e o capsídeo liga-se à membrana plasmática;
  2. Ocorre a penetração do genoma viral no citoplasma da célula.
  3. DNA viral assume o controle da síntese de proteínas da célula hospedeira, processo chamado biossíntese, sintetizando milhares de novas estruturas virais.
  4. No processo de maturação, os novos vírus são montados dentro da célula a partir das partes criadas no processo de biossíntese.
  5. Ocorre a lise (rompimento, quebra) da célula, levando à liberação de milhares de novos vírus.
Imagem disponível em https://blogbiodna.blogspot.com.br/2014/10/reino-virota-virus.html


Ciclo Lisogênico

        No ciclo lisogênico, o vírus mantém-se em estado temporário de inatividade, sem o envoltório proteíco e com seu material genético incorporado ao da célula hospedeira, sem danificá-la. A célula, ao duplicar-se, duplica também o DNA viral incorporado ao seu próprio material genético, distribuindo-o entre as células-filhas. Então, a cada ciclo de divisão celular, todas as células descendentes são infectadas. Veja um exemplo na imagem abaixo:
 Resultado de imagem para ciclo lisogênico
 Imagem disponível em https://www.emaze.com/@AZCQWQFI/Virus-tumorales

Fontes:
  • https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/09/morfologias-virais.html
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus#Estrutura
  • http://segundocientista.blogspot.com.br/2013/02/caracteristicas-gerais-dos-virus.html
  • http://bloggiologia.blogspot.com.br/2012/08/virus-e-viroses.html
  • FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia: Unidade e Diversidade, 2° ANO. 
 

    quinta-feira, 8 de março de 2018

     Classificação Biológica
    Na época em que o homem era apenas caçador-coletor, há cerca de 4 milhões de anos atrás, sua adaptação baseava-se apenas na distinção do que era comestível e o que era venenoso. Porém, com o passar do tempo, o ser humano evoluiu, e consigo, suas classificações.A classificação biológica ou taxonomia foi uma das formas que evoluiu até os dias de hoje como um sistema que organiza os seres vivos em categorias, agrupando-os de acordo com suas características comuns, bem como por suas relações de parentesco evolutivo. É usada a nomenclatura científica que facilita a identificação dos organismos em qualquer parte do mundo.
    Através desse sistema, os biólogos buscam conhecer a biodiversidade, descrevendo e nomeando as diferentes espécies e organizando-as de acordo com os critérios que definem.


    História da Classificação


    Platão (428 a.C. - 348 a.C.)

    Platão era um idealista, acreditava que tudo havia sido criado por Deus e que não conhecíamos as formas reais das coisas. Ele afirmava que víamos apenas as sombras e que as coisas existiam apenas num local onde elas eram perfeitas e imutáveis. Ele concluiu que os indivíduos classificavam os seres a partir de suas semelhanças, e, interligando esta com forma, dividiu os seres vivos em espécies.

    Aristóteles de Estagira (384 a.C. – 322 a.C.)

    A categorização clássica tem sua origem em Platão, que, em seu diálogo “Político”, introduziu a idéia de agrupar objetos baseados na semelhança de suas propriedades. Tomando como base a obra de Platão, Aristóteles aplicou esse sistema de categorização em sua classificação dos seres vivos dividindo-os em animais, plantas e minerais, e, usando um critério ambiental, em aéreos, terrestres ou aquáticos.

    Carl von Linné (1707 – 1778)

    Também chamado de Lineu, escreveu, de seus estudos com plantas, em 1735, o "Systema naturae" onde lançou as bases para a classificação atual dos seres vivos. Nessa obra ele criou as categorias sistemáticas principais, sendo elas Reino, Classe, Ordem, Gênero e Espécie. Com o passar do tempo, foram adicionadas duas categorias a mais, que são filo e família. As categorias são organizadas da mais abrangente ou geral até a de menor abrangência ou mais específica.

    REINO
    Um conjunto de filos semelhantes
    FILO
    um conjunto de classes semelhantes
    Classe
    Um conjunto de ordens semelhantes
    Ordem
    Um conjunto de famílias semelhantes
    Família
    Um conjunto de gêneros semelhantes
    Gênero
    Um conjunto de espécies semelhantes
    Espécie
    Um grupo de organismos semelhantes que vivem numa mesma área geográfica, com o mesmo número de cromossomos, que se cruzam entre si, gerando descendentes férteis.


    O critério utilizado por Lineu foi a semelhança de características morfológicas, fisiológicas, anatômicas e bioquímica.


    Regras de Nomenclatura


    Lineu também criou regras para a nomenclatura destas categorias para padronizar os nomes de cada espécie a fim de evitar confusões na troca de informações entre diferentes regiões quando se tratasse de um ser vivo específico. As regras são:
    1.    Todos os nomes científicos devem ser em latim ou latinizados.

    2.    Todo nome científico de espécie deve ser composto por dois nomes, sendo o primeiro fazendo referência ao gênero e com a incial maiúscula, e o segundo fazendo referência à espécie e com a inicial minúscula. Ex.: Panthera onca (onça pintada).

    3.    Subespécies terão nomenclatura trinomial. Ex.: Bos taurus indicus (Zebu).

    4.    Subgêneros serão escritos após o nome do gênero, entre parenteses e com a inical maiúscula. Ex.: Anopheles (Nyssorhinchus) darlingi (mosquito-prego).

    5.    Em obras impressas, todo nome científico deve ser escrito em itálico, diferente do corpo tipográfico usado no texto corrido. Em trabalhos manuscritos, esses nomes devem ser obrigatoriamente sublinhados.

    6.    Quando citar o autor, este deve vir logo após o nome da espécie, escrito com letras normais e sem nenhuma pontuação entre a espécie e ele. Ex.: Treponema pallidum Schauding & Hoffmann.


    7.    Quando citar o ano da primeira publicação, este deverá vir separado do autor por vírgula. Ex.: Rosa gallica Linnaeus, 1735 (rosa-rúbra).


    O que é uma espécie (?)

    Espécie pode ser definida como um conjunto de seres vivos que: são semelhantes, vivem no mesmo lugar ao mesmo tempo, são capazes de se reproduzir entre si e gerar prole fértil (característica que faz com que membros da mesma espécie apresentem o mesmo número de cromossomos obrigatoriamente). Além das espécies, subespécies também podem se reproduzir e gerar prole fértil, porém em condições naturais esse tipo de reprodução não ocorre.

    Especiação

    Novas espécies são formadas, geralmente, quando ocorre um isolamento geográfico (originado por uma barreira física, como uma montanha ou rio, etc.) onde a espécie é dividida em duas ou mais populações que são submetidas a diferentes condições ambientais. Nesses ambientes os dois grupos da espécie original, passam por diferentes adaptações e consequentemente mutações, como não há fluxo de genes entre esses dois grupos, progressivamente, as diferenças entre eles aumenta até o ponto do isolamento reprodutivo, onde surgem as novas espécies.

    Cladograma

    O Cladograma, é um tipo de diagrama que representa a relação de parentesco evolutiva entre seres vivos, no qual utiliza-se uma linha com pontos e ramos, e observa-se as características primitivas de um grupo ou espécie ancestral e suas apomorfias (características mais recentes derivadas das já existentes). O primeiro ponto nessa linha é chamado "raiz", e de cada ponto, inclusive do inicial, deriva-se um ramo com o grupo que possui as características do nó anterior, no caso da "raiz" ela possui a característica inicial a ser observada no diagrama. Observe que o último nó é sempre o mais evoluído, em virtude desse possuir todas apomorfias de todos os outros. Observe a imagem abaixo:
















    http://conteudo.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioclassifidosseresvivos3.php
    https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/979161/mod_resource/content/1/Bio_Filogenia_top01.pdf
    https://www.biologiatotal.com.br
    https://pt.wikipedia.org/
    https://www.estudopratico.com.br/nomenclatura-cientifica/
    http://brasilescola.uol.com.br/biologia/nomenclatura-binomial.htm
    http://conteudo.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioclassifidosseresvivos.php
    https://www.todamateria.com.br/classificacao-dos-seres-vivos/